O Partido Comunista defende a criação do cadastro nacional de solos com especial aptidão para a produção de cereais. Esta é uma das medidas que consta da iniciativa legislativa que o PCP vai apresentar.
O Partido Comunista pretende “por um lado garantir proteção aos solos com boa aptidão agrícola para a produção de cereais, promover a produção de cereais e garantir o seguimento, no concreto, do que vai sendo posto em prática no âmbito da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais”.
Para o PCP, “no atual quadro de crise, continuam a faltar estratégias e medidas concretas para combater o abandono das atividades agrícolas e agropecuárias, para incentivar a produção nacional de bens alimentares essenciais, com destaque para o sector dos cereais”.
João Dias, deputado do PCP eleito por Beja, encontrou-se no último fim-de-semana com produtores de cereais da região.
Os agricultores alertaram que os cereais vão desaparecer, dentro de três anos, dada a fraca rentabilidade da cultura.
Só em regadio é “ligeiramente rentável” a produção cerealífera, diz João Dias.
O deputado defende a “definição de prioridades” e apoios para que seja viável cultivar cereais, a base da alimentação. Não havendo “planeamento”, impera a “ditadura de mercado” que favorece o olival superintensivo que, este ano, apresenta uma rentabilidade de 14 mil euros líquidos por hectare, explica João Dias.
Portugal satisfaz apenas 6% das suas necessidades em matéria de cereais. “É a soberania e a segurança alimentar que estão em causa”, conclui João Dias.