O presidente da Câmara de Beja admite que foi surpreendido pelo Decreto-lei que incluí o Museu Regional de Beja na Rede Nacional de Museus, tutelada pelo Ministério da Cultura.
Na última sessão da Assembleia Municipal, Paulo Arsénio foi questionado por um munícipe e pela bancada da CDU sobre a solução encontrada para o Museu que prevê uma gestão partilhada entre a Câmara de Beja e a Direção Regional de Cultura do Alentejo.
Paulo Arsénio lembrou que a proposta da Câmara era assumir, de forma progressiva, em quatro anos, a gestão do Museu.
O Decreto-lei veio alterar as opções que estavam em cima da mesa e Paulo Arsénio não tem dúvida que a solução tripartida é a melhor.
“Manter o Museu na CIMBAL seria a pior opção. Passar para a Câmara de Beja seria uma opção melhor do que mantê-lo na CIMBAL. Passar o Museu para o Estado (…) pode ser uma solução ainda bastante melhor do que mantê-lo nas mãos da Camara Municipal de Beja”, adiantou o autarca.
Neste cenário, Paulo Arsénio entende que o Museu pode ser enriquecido no quadro de uma rede nacional ao ceder temporariamente peças para grandes Museus nacionais e ao receber coleções temporárias de outros grandes Museus nacionais.
João Dias, líder da bancada na CDU na Assembleia Municipal tem dúvidas. Os comunistas consideram que as outras Câmaras do distrito e os trabalhadores deveriam ter sido ouvidos no processo. João Dias quer conhecer o protocolo, o plano de investimento para o Museu, o plano de salvaguarda do espólio e o futuro dos trabalhadores.
Paulo Arsénio responsabilizou os comunistas pela situação a que chegou o Museu. O presidente da autarquia lembrou que “a Coligação Democrática Unitária ou a APU [Aliança Povo Unido] esteve na Câmara Municipal de Beja durante 37 anos e esteve em maioria na CIMBAL até há dois ou três anos atrás (…) e a solução que promoveu foi deixar o Museu no estado em que está”.
“O Museu vai andar quer o PCP queira, quer não”, disse Paulo Arsénio depois de recordar que a maioria das Câmaras CDU na Assembleia Distrital de Beja se disponibilizou a entregar o Museu ao Estado no Governo de Passos Coelho.