Municípios do Baixo Alentejo em Atlas digital sobre reutilização de edifícios públicos

Municípios do Baixo Alentejo em Atlas digital sobre reutilização de edifícios públicos

Um atlas digital proporcionado por uma nova plataforma pretende valorizar a história da construção e utilização de edifícios públicos do século XX em Portugal e Espanha e incentivar a sua reutilização, segundo um comunicado divulgado hoje.

A ferramenta “Arquitectura Aqui” – desenhada por investigadores financiados pela União Europeia e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia – funciona como um atlas interativo que reúne informação histórica e documental, acrescentando-lhe a participação de 95 comunidades ibéricas sobre “centenas de edifícios coletivos”, como escolas, centros de saúde, bibliotecas, balneários, mercados ou quartéis de bombeiros.

Muitos destes edifícios estão hoje abandonados ou subutilizados, “apesar do seu valor arquitetónico, social e urbano”, de acordo com os investigadores.

“Embora alguns estejam ainda em funcionamento, outros foram desativados, demolidos ou substituídos por novas construções”, acrescentam, lamentando que frequentemente se opte por “construir de raiz sem considerar o potencial de adaptação do património existente”.

Com a plataforma, os investigadores – que desde 2021 estão a estudar edifícios de uso coletivo em várias regiões de Portugal e Espanha construídos entre 1939 e 1985 – pretendem contribuir para que as comunidades e os decisores façam “escolhas mais informadas” sobre “que edifícios se devem manter, reutilizar e substituir”.

No comunicado, o coordenador da plataforma, Ricardo Agarez, arquiteto e investigador no Iscte, sublinha que existe em Portugal “um grande património edificado”, resultante “do esforço coletivo de muitas gerações”.

Ora, “estes edifícios são essenciais para a sustentabilidade das comunidades e para a construção da sua identidade”, refere Ricardo Agarez, assinalando que o seu valor é mais do que material.

“São espaços onde se criam memórias, tanto individuais como coletivas, desempenhando um papel social e comunitário fundamental”, explica.

Segundo o estudo, a reutilização destes edifícios pode responder a desafios contemporâneos como a falta de habitação acessível e o rejuvenescimento das comunidades por fluxos migratórios, reduzindo o desperdício e promovendo soluções sustentáveis.

“Muitos foram construídos com materiais duráveis e localizações estratégicas, o que lhes confere potencial para novos usos sem necessidade de alterações estruturais”, destacam os investigadores.

“Hoje, assiste-se a uma avalanche de construção nova, muitas vezes ignorando a riqueza do que já existe. A nossa proposta passa por olhar para estes edifícios com conhecimento e consciência, respeitando a sua história e explorando as suas possibilidades de adaptação”, defende Ricardo Agarez, que, em setembro de 2020, quando ainda era investigador na Universidade de Évora, ganhou uma bolsa de 1,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação para estudar formas de colocar a história da arquitetura ao serviço da resiliência e sustentabilidade das comunidades.

A plataforma “Arquitectura Aqui” – dinamizada por um coletivo de 16 investigadores – é aberta a qualquer cidadão ou entidade que queira consultar informações, incentivando também à participação pública.

Gerando um arquivo em permanente atualização, em português e espanhol, a ferramenta tem registados, neste momento, 2.700 edifícios e equipamentos, 3.800 documentos e 4.000 pessoas e organizações.

As comunidades participantes são, em quase 90%, portuguesas: Abrantes, Alandroal, Albufeira, Alcácer do Sal, Alcoutim, Alijó, Aljezur, Aljustrel, Almodôvar, Alter do Chão, Alvito, Arganil, Arraiolos, Arronches, Avis, Barcelos, Barrancos, Beja, Benavente, Borba, Bragança, Campo Maior, Castelo Branco, Castelo de Vide, Castro Marim, Castro Verde, Covilhã, Crato, Cuba, Elvas, Estremoz, Évora, Faro, Ferreira do Alentejo, Figueiró dos Vinhos, Fronteira, Gavião, Grândola, Lagoa, Lagos, Lamego, Loulé, Lousada, Marvão, Mértola, Miranda do Douro, Monchique, Monforte, Montalegre, Montemor-o-Novo, Mora, Moura, Mourão, Murtosa, Nisa, Odemira, Olhão, Ourique, Penamacor, Peniche, Pinhel, Ponte de Sor, Portalegre, Portel, Portimão, Porto de Mós, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Salvaterra de Magos, Santiago do Cacém, São Brás de Alportel, Serpa, Silves, Sines, Soure, Sousel, Tavira, Vendas Novas, Viana do Alentejo, Viana do Castelo, Vidigueira, Vila do Bispo, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.

Rádio Pax / Lusa

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