O antigo vereador da cultura tomou a decisão depois de receber, na sua caixa de correio, uma “folha” com o título de “Informação Municipal”. Miguel Góis esperava receber, enquanto munícipe, informação sobre “problemas repetidos no abastecimento de água ou a deficitária e cada vez pior higiene e limpeza urbana”. A informação contida no documento da Câmara diz respeito às festas de Santa Maria.
Miguel Góis considera que a atitude da Câmara “pode ser interpretada como um insulto à inteligência e conhecimento dos bejenses ( )”.
Na opinião do ex-vereador socialista, o Presidente da Câmara “poderia agradecer aos bejenses por terem paciência e por serem, na verdade, muito crentes”. Desde logo por acreditarem que a Comissão de Festas que João Rocha elogia “não tenha sido criado por si e sem outros interesses por trás, nomeadamente administrativos”.
Segundo Miguel Góis, o presidente do município deve agradecer “a todas as Comissões de Festas de todas as freguesias do Concelho por não fazerem uma manifestação (em conjunto com os Presidentes de Junta e respectivos trabalhadores) à porta da Câmara contra a descriminação de que foram alvo, perante o cheque em branco a essa referida Comissão”.
E acrescenta: “Agradeça a todas as associações que continuam a ver uma estranha relação da autarquia com apenas algumas delas (através de determinadas pessoas só) nas ditas festarolas”.
O ex-autarca entende que o município deve um pedido de desculpas às populações pela falta de transparência em todo este processo, por não dizer quanto custou à Câmara Municipal de Beja a relação com a Comissão de Festas, por esconder quanto vai ser transferido e quais as despesas assumidas directamente pela Câmara.
Miguel Góis classifica de “trapalhada” o concerto de Anselmo Ralph: “Que pela boca da Câmara a que preside começou por ser organizado pela Comissão de Festas e que estava no Programa (ver materiais de divulgação), mas que depois já era da responsabilidade de um privado e que não pertencia ao Programa das Festas e depois afinal já era porque era do interesse da Câmara apoiar porque, pelos vistos, se tinham esquecido que havia o Dia Internacional da Juventude e que era por isso que apoiavam a iniciativa, mesmo sem dizerem como (valha-nos Santa Maria!)”
Na extensa missiva Miguel Góis acrescenta que os bejenses esperam ver “tão brevemente quanto possível as contas destas Festas. E das outras também, que já vai sendo tempo”. O ex-autarca desafia João rocha a publicar, “todos os apoios concedidos, todos os ajustes diretos feitos e como foram desenvolvidos esses mesmos procedimentos e a quem, como exigiam e bem quando eram oposição”.
O antigo vereador sugere à maioria CDU na Câmara de Beja que “recupere a Feira de Agosto apoiando simultaneamente as festividades religiosas associadas à secular iniciativa de São Lourenço e Santa Maria” isto se o objectivo é “recuperar a tradição”.
Miguel Góis pede a João Rocha que “seja transparente” e “não tenha medo, nem objete a publicitar os montantes envolvidos, nem a quem”.