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Impacto Social: Iminente o encerramento dos lares da Cruz Vermelha em Beja

Está decidido o encerramento dos dois lares de idosos, em Beja, da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). O processo poderá ficar concluído até final do próximo mês de Março. As duas estruturas têm perto de sessenta utentes e vinte cinco funcionários. A Direcção Nacional da CVP já informou a Delegação de Beja dessa decisão.

Sem informação oficial, familiares de utentes e funcionários questionam o futuro

Segundo fonte da CVP, familiares de utentes e funcionários ainda não foram “informados oficialmente” e deparam-se neste momento com futuro incerto. “Fala-se muita coisa, mas não nos informaram de nada em concreto. Não sabemos como vai ser o futuro e estamos sem saber o que fazer. Obviamente vamos continuar a fazer o nosso trabalho o melhor que sabemos, como sempre fizemos”, adiantou um trabalhador da instituição.

A filha de um utente, que optou não ser identificada, confrontada com a situação, revelou que este “era um cenário que já tinha ouvido, mas nunca acreditei que pudesse vir a acontecer. Só resta saber para onde vão levar os idosos”. Essa, é uma das perguntas que tentámos colocar ao Tenente Coronel Jorge Farinha, director da Delegação de Beja da CVP. Quando questionado se os dois lares estariam fechados a partir de Abril, este responsável respondeu “eu não acredito nisso e essas questões têm que colocar à sede”. Apesar da nossa insistência para tentar esclarecer algumas situações relacionadas com utentes e funcionários, a resposta foi sempre “têm que perguntar à sede, a sede é que tem que responder a essas coisas”. A Rádio Pax tentou diversas vezes contactar a sede, mas em vão.

Crise financeira profunda e má gestão: CVP planeia encerrar vários lares em todo o país

Os problemas financeiros da CVP são muito graves e arrastam-se há vários anos. O passivo da instituição passou de 49,2 milhões de euros, registados em dezembro de 2021, para 52,2 milhões de euros, registados no primeiro semestre de 2022.

É do conhecimento público a situação financeira “catastrófica” e as condições “degradantes” em que se encontram os dois lares da Delegação de Beja da CVP.

Na opinião de um funcionário da instituição com quem a nossa emissora falou “a má gestão de Beja (Delegação de Beja da CVP) tem sido culpa da Direcção Nacional. Nós atingimos um estado irreversível. Como se diz, chegámos ao fundo do poço. Não temos dinheiro para combustível, o parque automóvel está acabado, as próprias ambulâncias, muitas, já não têm condições de transportar doentes. No entanto, temos aqui funcionários a ganhar o ordenado mínimo e outros a ganhar mais de três mil euros por mês, portanto, está a ver a gestão desta casa…”, relatou o funcionário.

A mesma fonte não acredita que os dois lares fechem já em Março. “Irá ser um processo um pouco mais demorado. Primeiro têm que encontrar outras instituições que possam receber os nossos 60 idosos. Só depois poderão fechar. O pior vai acontecer com os funcionários. O nosso futuro é muito incerto”, desabafou.

O fecho dos dois lares de Beja já estava decidido há alguns anos. A falta de condições dignas para os utentes, inexistência de acessibilidades próprias para o funcionamento das instituições e carência de segurança dos próprios edifícios, foram problemas sinalizados há anos pela Segurança Social.

A Rádio Pax sabe que, face à situação financeira da instituição, também está previsto o encerramento de outros lares da CVP em vários pontos do país.

Do sonho ao pesadelo: CVP Investe 1,6 milhões de euros em lar que se tornou em ruina e problema social

Em relação ao “Edifício da Refer”, onde, em 2012, começaram a ser feitas obras para a construção de um lar, a CVP já gastou cerca de 1,6 milhões de euros. Perto de 1 milhão de euros tem sido para pagar a renda às Infraestruturas de Portugal, entidade proprietária do espaço.

“Em 2017, o Dr. Francisco George, na altura Presidente Nacional da CVP, veio aqui a Beja afirmar e garantir 600 mil de euros para terminar a obra o mais depressa possível (risos)… só quem não o conhece é que acreditou nessas palavras…” afirmou, com ironia, a mesma fonte.

Actualmente o “Edifício da Refer”, encontra-se ao abandono. A obra está parada e neste momento tornou-se “grande dor de cabeça”, não só para a CVP, como também para a Câmara Municipal de Beja (CMB). O espaço ficou ocupado por várias dezenas de imigrantes e cidadãos portugueses em situação de sem-abrigo. Tornou-se também local de consumo e tráfico de droga, com desacatos frequentes e presença assídua da PSP. A solução colocada em cima da mesa passa pelo entaipamento do edifício, obra da responsabilidade da Refer e CVP. Já a CMB irá limpar o exterior e interior do espaço e recolocar as pessoas noutros pontos da região e do país. Para já não há qualquer previsão para o início dos trabalhos.

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Farmácia de serviço hoje na cidade de Beja

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