A instalação de culturas intensivas a regar por Alqueva, no Alentejo e Algarve, não deve ser uma preocupação de acordo com José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura.
O governante falava aos jornalistas, esta tarde, em Beja, depois da apresentação da estratégia nacional “Água que Une” presidida pelo ministro da Agricultura e Pescas e pela ministra do Ambiente e Energia. A sessão contou, ainda, com intervenções de membros do grupo de trabalho que desenvolveram o plano.
O Ministro da Agricultura assegurou que o setor agrícola aposta cada vez mais na precisão. O governante frisou que face ao cenário de seca no Algarve, os agricultores foram quem mais reduziu o consumo de água: 33%.
O governante lembrou que as novas técnicas permitem ter culturas menos consumidoras de água.
José Manuel Fernandes rejeitou “demonizar” algumas culturas agrícolas, em particular, as que consomem mais água e lembra que Alqueva gera ao Estado mais de 339 milhões de euros por ano.
O Ministro assegurou, contudo, que nunca permitirá a instalação de culturas que “destruam o ambiente ou prejudiquem a biodiversidade” e defendeu que deve existir solidariedade na gestão da água. Ou seja, as regiões onde este recurso abunda devem disponibilizá-lo para onde ele escasseia.
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente, salientou que A “Água que Une” é um compromisso nacional a 25 anos.
Adiantou que “contempla um plano de investimentos da ordem dos cinco mil milhões de euros até 2030, dos quais cerca de dois mil milhões estão já disponíveis”.
A govenrnate disse que “é uma estratégia que parte de um diagnóstico da realidade hídrica a nível nacional. Das assimetrias que existem, com particular relevo para as situações de escassez no Algarve e no Alentejo Litoral”.
Partindo do pressuposto que “só existe uma água”, a ministra do Ambiente frisou que a preocupação é “assegurar a disponibilidade deste recurso para os diferentes setores, numa lógica de sustentabilidade”.
“Nesta estratégia foram definidos nove programas estruturantes e com um forte impacto na gestão deste recurso”, frisou Maria da Graça Carvalho.
Para o Alentejo estão contempladas 58 medidas com um impacto de 477 hm3 e um investimento total de 740 milhões de euros.
Entre os novos projetos contam-se: a modernização e reabilitação total do Aproveitamento Hidroagrícola do Mira; melhorias no Aproveitamento Hidroagrícola do Xévora; os estudos de viabilidade da construção da barragem de Foupana; o alteamento da Barragem do Lucefecit; o estudo e construção de infraestruturas de regularização de caudais ecológicos nos afluentes do Guadiana (Terges e Cobres e Carreiras); e a avaliação da ligação do Tejo ao Alqueva e deste ao Alentejo Litoral.






