A Comissão de Utentes de Serviços Públicos do Concelho de Serpa revela, em comunicado, que “o serviço de Urgência do Hospital de São Paulo verá a sua porta encerrada, previsivelmente, durante sete noites” neste mês de julho. Já o Conselho de Administração do Hospital sublinha que a situação poderá, ainda, ser revertida.
A Comissão de Utentes considera que se trata de uma situação “inaceitável, em primeira linha, porque se trata de um serviço de proximidade que tem de forma obrigatória estar funcional durante 24 horas, 7 dias por semana” e “em segundo pela situação sanitária que o país atravessa”.
Recordando que “há um mês” se verificou “a fragilidade deste serviço”, a Comissão de Utentes exige que “sejam criadas condições dentro do Serviço Nacional de Saúde para que seja garantida a continuidade em permanência dos serviços em causa”.
No comunicado da Comissão de Utentes pode, ainda, ler-se que “este serviço funciona há anos neste hospital e a verdade é que no tempo da gestão pública” não se recorda de “qualquer episódio deste género”.
“No último ano, sob a alçada desta administração vai sendo recorrente o fecho momentâneo da urgência”, frisa a nota.
No sentido de clarificar a situação, a Rádio Pax ouviu Maria Isabel Estevens, presidente do Conselho de Administração do Hospital de São Paulo.
A responsável esclareceu que, em causa, está “uma situação inesperada”, no que diz respeito, “às escalas, para o mês de julho”, nomeadamente, devido “a indisponibilidade médica”.
Contudo, frisa que “estão a ser desenvolvidos todos os esforços para assegurar o Serviço de Urgência Avançado, 24 horas”.
“Até ao lavar dos cestos é vindima”, diz Maria Isabel Estevens garantindo que o Conselho de Administração “não vai baixar os braços até reverter esta situação, em nome da população”.
Discordando ser uma situação recorrente e afirmando que o Serviço de Urgência, este ano, deixou de funcionar, apenas uma vez, no dia 30 de maio, Maria Isabel Estevens admite tratar-se de um problema.
A Comissão de Utentes entende que “devem ser encontradas soluções rapidamente para que não volte a acontecer”, acrescentando que “o Serviço Nacional de Saúde não pode parar e, em última instância, deve o Governo, através do Ministério da Saúde garantir o funcionamento da urgência assumindo a gestão direta da mesma por meio dos serviços competentes para isso”.
A Comissão de Utentes refere, contudo, que “não está em causa o empenho da instituição que gere o hospital que fará com toda a certeza o melhor trabalho, mas estão à vista as dificuldades para manter um serviço de urgência universal e permanente”.
O comunicado termina salientado que “todas as entidades responsáveis têm que ser chamadas, neste momento difícil, a arranjar uma solução que vá ao encontro do bem-estar das populações”.