Um estudo focado nas 18 capitais de distrito, desenvolvido pelo Portal da Queixa, que teve como mote as eleições autárquicas marcadas para 26 de setembro, concluiu que Beja, face ao quadriénio 2013-2017, registou das maiores variações de crescimento de queixas dos munícipes, atingindo os 1000%.
A plataforma registou quase 7 mil reclamações dirigidas às câmaras municipais durante o mandato que, agora, termina, o que representa um aumento de 392% face ao quadriénio 2013-2017.
Relativamente ao índice de satisfação – que avalia a preocupação dos municípios em responder e resolver os problemas reportados pelos seus munícipes – Beja apresenta um valor de 25,8.
Quanto à percentagem de taxa de resposta, a capital do Baixo Alentejo situa-se nos 33,30% e apresenta uma taxa de solução na ordem dos 14%.
Entre 2017 e 2021, no atual mandato, o município de Beja foi alvo de 22 reclamações por parte dos seus munícipes.
Vítor Picado, candidato da CDU à Câmara de Beja, diz os valores apresentados no estudo, referentes ao município, lhe causaram “estupefação”, em particular, o aumento de 1000% das queixas dos munícipes, face ao mandato anterior.
Os principais motivos de reclamação estão relacionados com infraestruturas, serviços, ambiente, licenciamentos, habitação e saúde pública.
O estudo concluiu, também, que as reclamações efetuadas entre 2017 e 2021 aumentam em função do grau de urbanização e do poder de compra do concelho, tal como em função do nível de instrução dos seus habitantes.
Por outro lado, as reclamações diminuem nos concelhos onde a percentagem de população sem o ensino secundário é maior.
As queixas aumentaram nos concelhos onde há mais população residente, mais natalidade (mais frequente nas zonas mais urbanas), em que o poder de compra é maior, onde a densidade populacional é maior (zonas mais urbanizadas) e em que a população empregada no setor terciário é superior.
A Rádio Pax tentou, sem sucesso, obter declarações de Paulo Arsénio, presidente da Câmara de Beja sobre esta matéria.