“É preciso apurar responsabilidades pelo desastre de Ervidel”, sublinha a Coordenadora Distrital de Beja do Bloco de Esquerda (BE), em comunicado, depois das consequências provocadas pela forte chuvada do último domingo.
O BE de Beja considera que “o rio de lama” que invadiu Ervidel, no concelho de Aljustrel, surgiu devido à “área de 120 hectares de olival superintensivo recentemente implantada em redor da aldeia”.
A mesma fonte afirma que é preciso “reparar os danos causados à população e às entidades públicas (autarquias, bombeiros) que estiveram na primeira linha de resposta, mas também, os danos causados aos solos mobilizados por práticas agrícolas agressivas e gananciosas”.
“A ganância pelo lucro máximo espezinhou a segurança das populações e as mais elementares boas práticas agrícolas”, frisa o BE.
“Ervidel não é, infelizmente, um caso isolado”, refere o Bloco de Esquerda.
Os bloquistas consideram que “as responsabilidades são vastas, a começar nos governos e partidos políticos que no parlamento rejeitaram todas as propostas de ordenamento agrícola que impunham regras”.
Avaliações de impacto ambiental sérias e independentes; carta nacional de ordenamento e instalação de culturas permanentes e distância mínima de 500 metros a habitações e aglomerados populacionais foram algumas medidas contidas em projetos de lei apresentados em 2020 pelo grupo parlamentar do BE e que “foram chumbadas pela direita e extrema-direita, mas também pelo PS”, nomeadamente, pelo ex-deputado Pedro do Carmo.
Foto: Junta de Freguesia de Ervidel