O primeiro-ministro anunciou, ontem, que vai ser reforçada a fiscalização pelas forças de segurança, nos municípios com maior incidência de casos de Covid-19. Costa admitiu que poderá haver um desconfinamento do território continental a várias velocidades.
Estas medidas foram anunciadas por António Costa, depois de ter estado reunido, por videoconferência, com os presidentes de câmaras dos sete municípios que registam mais de 240 casos de Covid-19 por cem mil habitantes nos últimos 14 dias, entre eles, Moura e Odemira.
“Em relação aos surtos de Covid-19 que se confirmam nestes concelhos, verifica-se a existência “de um padrão comum”, frisou Costa.
Na generalidade dos casos, a origem dos surtos está na “concentração de pessoas, na habitação precária e temporária associada ou nas grandes obras públicas ou a colheitas, ou, ainda, em trabalhos em unidades industriais que recorrem a habitação local”.
Nesse sentido, António Costa disse que o Governo vai “articular ações específicas da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), em conjunto com as autoridades de saúde pública, tendo em vista criar melhores condições sanitárias nesses locais de residência e, também, para que se desenvolvam ações de testagem massiva nos casos em que não se encontrem em curso”.
“É preciso detetar pessoas infetadas e quebrar as cadeias de transmissão”, declarou o primeiro-ministro.
Por outro lado, com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, “ficou estabelecido que, nos próximos 15 dias, haverá um reforço dos efetivos da GNR ou da PSP nos 20 concelhos com mais de 120 casos de covid-19 por cem mil habitantes nos últimos 15 dias”.
O primeiro-ministro admitiu, ainda, que pode haver um desconfinamento do território continental a várias velocidades.
“Temos sempre de analisar caso e caso, porque nem todos correspondem à mesma situação”, começou por justificar António Costa, antes de assumir que os índices em vigor, se aplicados de forma absoluta, podem ser penalizadores para municípios de baixa densidade populacional.
“É preciso verificar se um surto num concelho é generalizado na comunidade ou se está concentrado num estaleiro de obras. Esta informação é sobretudo muito útil para se definir a forma de atuação”, disse.
Desta forma, de acordo com o líder do executivo, a existência de várias velocidades na progressão em termos de desconfinamento “é desde o início aquilo que se encontra previsto” em termos de plano do Governo.
“Com exceção das medidas que se relacionam com o funcionamento do ano letivo, que têm um âmbito nacional, todas as outras medidas de restrição devem ser aplicadas ao nível local. Por isso, a sequenciação que temos vindo a fazer em cada um dos concelhos”, acrescentou.
Rádio Pax/ Lusa