O trabalho efetuado durante a noite de hoje no combate ao fogo rural que deflagrou no sábado em Odemira permitiu uma “estabilização do perímetro do incêndio”, mas há ainda dois pontos críticos a motivar preocupação, segundo a Proteção Civil.
“Mantemos dois pontos críticos: um a norte, na zona de Delfeira, que inspira muita preocupação, e também a sul, na frente virada a Monchique”, disse o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, José Ribeiro, num ponto de situação aos jornalistas cerca das 09:30, no posto de comando em São Teotónio, freguesia onde o fogo teve início, na zona de Baiona.
Estes dois pontos “vão exigir muita atenção e esforço dos operacionais ao longo do dia”, acrescentou, sublinhando as previsões de manutenção de temperaturas elevadas.
José Ribeiro referiu que, depois de as operações terem tido como prioridade a defesa das populações – a GNR já deslocou por precaução 1.438 cidadãos -, houve um ajuste do plano estratégico e “os trabalhos do dia de hoje vão estar mais focados na supressão do próprio incêndio”.
Questionado sobre se há pessoas e casas em risco, o responsável respondeu que “podem existir” aglomerados populacionais que, “a dado momento do dia”, possam ter de ser evacuados, mas sublinhou que o dispositivo tem agora “uma resposta diferenciada” no terreno.
“Já temos uma reserva de meios específicos com caráter de intervenção urbano, que nos permitem fazer uma afetação mais rápida a esses locais sem interferir com o dispositivo que está responsável pela supressão pelo incêndio”, notou.
Sobre a possível existência de habitações atingidas pelas chamas, José Ribeiro realçou que a Proteção Civil não tem, até agora, a confirmação de casas destruídas, referindo que o trabalho de validação e verificação será feito ao longo do dia.
De acordo com o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, por volta das 09:30, estavam envolvidos no combate às chamas 847 operacionais, apoiados por 282 veículos e seis meios aéreos.
Já o número de pessoas assistidas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) neste fogo subiu para 40, nomeadamente 28 bombeiros, quatro agentes de proteção civil e oito civis, sobretudo por cansaço.
José Ribeiro realçou que a maioria das cerca de 350 pessoas deslocadas e acolhidas em espaços criados pela Câmara de Odemira (distrito de Beja) já regressou a casa, após verificação das condições de segurança, mantendo-se “um número reduzido de 20 ou 30 pessoas” nesses locais em Odemira e São Teotónio.
Quanto às estradas que têm a circulação condicionada, o comandante regional precisou que a situação se mantém em relação a segunda-feira.
Ou seja, estão cortadas ao trânsito a Estrada Nacional (EN) 120, entre São Teotónio e Odeceixe, no concelho vizinho de Aljezur (distrito de Faro), e as municipais 501, 1186, 1001.
O incêndio rural numa área de mato e pinhal deflagrou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, a meio da tarde de sábado, e já entrou por algumas vezes no Algarve, tendo na tarde de segunda-feira rodeado o centro de Odeceixe.
O fogo levou a Câmara de Odemira a ativar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, com efeitos desde as 14:30 de domingo.
Rádio Pax / Lusa